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Estética de Lukács contra Trotsky
Portau Schmidt von Köln - 30.01.2006 09:46

Não se trata, pois, de nenhum acaso o fato de que a herança de Mehring, assumida de modo acrítico, fomentou o trotskysmo, em nossa teoria literária e cultural. Tão pouco é casual o fato de que todo rebaixamento mecanicista de nossos objetivos literários – consciente ou inconscientemente, desejada ou indesejadamente – há de tombar na vala trotskysta.

MARXISMO REVOLUCIONÁRIO, TROTSKYSMO,
E QUESTÕES ATUAIS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA INTERNACIONALISTA

TEXTOS DE LUKÁCS – EM SEU IMPLACÁVEL COMBATE STALINISTA-RECICLADO CONTRA TROTSKY, O TROTSKYSMO E A REVOLUÇÃO PERMANENTE, EM DEFESA DA CONSTRUÇÃO STALINISTA DO “SOCIALISMO EM UM PAÍS” : EDIÇÃO SIMULTÂNEA ELABORADA VERBATIM DO ALEMÃO E DO HÚNGARO PARA O PORTUGUÊS, ESPECIALMENTE DIRIGIDA CONTRA O GRAMISCISMO LUKÁCSIANO DAS UNIVERSIDADES BURGUESAS GALLICAE LUSITANAEQUE LINGUARUM


A Herança de Mehring Assumida de Modo Acrítico
Fomentou o Trotskysmo em “Nossa” Literatura e Cultura, Todo Rebaixamento Mecanicista de Nossos Objetivos Literários Há de Tombar na Vala Trotskysta :
Trotsky Opõe Rigidamente Luta de Classes e Socialismo, Para Trotsky, Literatura Revolucionária é »Arte de Tendência«, enquanto que a Cultura Assume o Mesmo Lugar que a »Arte Pura« (Kantista) Assume para Mehring

GYÖRGY LUKÁCS[1]
(tb. GEORG LUKACS)

Concepção e Organização Portau Schmidt von Köln
Compilação e Tradução Asturig Emil von München
Janeiro de 2006  emilvonmuenchen@web.de
Voltar ao Índice Geral  http://www.scientific-socialism.de/LukacsStalinTrotskyCapa.htm

Lukács : Die Frage, ob unsere Literatur tendenziös ist, ist keineswegs eine terminologische Angelegenheit. Wenn wir zur Bezeichnung eines der wesentlichsten Kennzeichnen unserer Literatur das Wort »Parteilichkeit« (statt »Tendenz«) vorschlagen, so ist es klar, dass hierin eine neue theoretische Erkenntnis über das Wesen unserer Literatur enthalten ist. Wir wollen damit einen Komplex von theoretischen Schiefheiten und Halbheiten aus unserer Literaturauffassung ausschneiden; wir wollen das Eigenartige unserer Literatur klarer und unmissverständlicher als bisher formulieren. …

No vernáculo : A questão de saber se nossa literatura é tendenciosa não é absolutamente uma matéria terminológica. Quando propomos a palavra “partidarismo” (em vez de “tendência”) para a designação de uma das características mais essenciais de nossa literatura, fica claro que nisso está contido um novo conhecimento teórico sobre a essência de nossa literatura. Com isso, queremos extirpar um complexo de obliqüidades e imperfeições de nossa concepção literária; queremos formular o componente peculiar de nossa literatura, de modo mais claro e mais categórico do que antes. ...

Man denke an beliebige Schriftwerke und Literaturtheorie des 19. Jahrhunderts und man wird sehen, dass keine von ihnen den notwendigen Konsequenzen dieser Fragestellung, die aus dem gesellschaftlichen Sein der bürgerlichen Klasse und insbesondere der Schriftsteller notwendig entstand (Fetischismus usw.), entgehen konnte.

Pensemos em qualquer obra escrita e teoria literária do século XIX e veremos que nenhuma delas pôde furtar-se às necessárias conseqüências dessa postulação do problema que emergiu necessariamente do ser social da classe burguesa e, em particular, dos escritores (fetichismo etc.).

Es gab nur die Wahl, entweder bewusst (aber eben deshalb: nur scheinbar) auf die »Tendenz« zu verzichten und »reine Kunst« zu schaffen, wodurch eine tendenziös zurechtgemachte Wirklichkeitsschilderung entstand, also »Tendenzliteratur« im schlechtesten Sinne des Wortes. Oder die »Tendenz« subjektivistisch, moralisierend, predigthaft der gestalteten Wirklichkeit gegenüberzustellen, wodurch sie ein fremdes Element in der Gestaltung wurde.

Havia apenas a seguinte escolha: ou renunciar conscientemente à tendência (porém, precisamente, por isso mesmo : apenas de modo aparente) e produzir »arte pura«, por meio do que surgia uma descrição da realidade tendenciosamente ajustada, i.e. »literatura de tendência«, no pior sentido da palavra; ou confrontar a »tendência« com a realidade conformada, de modo subjetivista, moralizador, predicante, através do que esta se tornava um elemento estranho ao ato de modelação.

Auch Mehring kann – in nunmehr verständlicher Weise – aus diesem Fangnetz der Widersprüche keinen Ausweg finden. Wenn er etwa bei »Wilhelm Tell« von Schiller »unkünstlerische Tendenz«, bei Heinrich von Kleist »unkünstlerische Mitteln« tadelt, so sind diese Antworten nur eklektische Lösungen, denn er ist nicht imstande und kann bei seinen Voraussetzungen nicht imstande sein, konkret aufzuzeigen, was denn eine »künstlerische Tendenz« theoretisch wie praktisch sei.

Também Franz Mehring não pode encontrar nenhuma saída dessa cilada – tal como a partir de agora se tornará compreensível. Se Mehring, p.ex., censura, na obra »Wilhelm Tell« de Friedrich von Schiller, sua »tendência não artística«, em Heinrich von Kleist, seus »meios não artísticos«, essas suas respostas são tão somente soluções ecléticas, pois Mehring é incapaz e não pode mesmo ser capaz, no quadro de seus próprios pressupostos, de concretamente demonstrar o que, então, constituiria uma »tendência artística«, tanto em sentido teórico quanto prático.

Er kann dazu nicht imstande sein, denn aus der bürgerlichen Kunstauffassung, deren Boden er nicht konsequent verlassen konnte, folgt, dass »Ideal« der Kunst eben die »Tendenzlosigkeit« sei, dass nur die für die Kunstentwicklung ungünstigen Umstände (also Verschärfung der Klassengegensätze) der Kunst die »Tendenz« aufzuzwingen.

Mehring não o consegue fazer, posto que da concepção de arte burguesa - cujo terreno não foi capaz de abandonar conseqüentemente - decorre que o »ideal« da arte seria precisamente a »ausência de tendenciosidade«, sendo que apenas as circunstâncias desfavoráveis ao desenvolvimento da arte (portanto, o aguçamento das contradições de classes) imporiam à arte a »tendência«.

Als ehrlicher Revolutionär bemüht sich Mehring, die richtigen, klassenmäßigen Konsequenzen zu ziehen, d.h. er bejaht die »Tendenz«. Aber seine politisch-klassenmäßige Stellungnahme steht in unlösbarem Widerspruch zu seinem künstlerischen Einsichten.

Por ser um autêntico revolucionário, Mehring esforçou-se por extrair disso as conseqüências corretas, classistas, i.e. afirmou a »tendência«. Porém, seu posicionamento político-classista situa-se em contradição insolúvel com suas elocubrações artísticas.

Er spricht auch diesen Zusammenhang, freilich, ohne seine Tragweite zu übersehen, in klaren Worten aus: »In allen revolutionären Zeiten, in allen um ihre Befreiung kämpfenden Klassen wird der Geschmack immer reichlich durch Logik und Moral getrübt sein, was ins Philosophische übersetzt nur heißt, dass, wo Erkenntnis und Begehrungsvermögen stark angespannt sind, die ästhetische Urteilskraft immer ins Gedränge kommen wird.«

Mehring enuncia evidentemente também esse contexto, com palavras claras, sem ignorar sua dimensão : »Em todas as épocas revolucionárias, em todas as classes que lutam por sua libertação, o gosto tornar-se-á, cada vez mais abundantemente, obnubilado pela lógica e pela moral, o que, traduzido em termos filosóficos, significa que : onde conhecimento e capacidade de desejar estejam fortemente enrijecidos, a força estética de julgamento sempre cairá em apuros.«

Hier haben wir im Keime bereits die Literaturtheorie des Trotzkismus. Denn es ist klar, dass, wenn nach Trotzki »die Diktatur des Proletariats keine kulturell-produktive Organisation einer neuen Gesellschaft, sondern eine revolutionäre Kampfesordnung zu deren Erkämpfung« ist, wenn er später Sozialismus und Klassenkampf einander starr entgegensetzt, so nimmt bei ihm, der Verschärfung des Klassenkampfes und der Konkretisierung aller Probleme in ihm entsprechend, Kultur überhaupt dieselbe Stelle ein, die bei Mehring die (kantische) »reine Kunst« einnahm.

Aqui, já temos, em seu embrião, a teoria literária do trotskysmo. Pois, é claro que, se, segundo Trotsky, »a Ditadura do Proletariado não é nenhuma organização produtivo-cultural de uma nova sociedade, senão uma ordem de luta revolucionária para sua conquista«, e se, posteriormenter, Trotsky opõe, ridgidamente, socialismo e luta de classes, é porque, em Trotsky – em conformidade com o aguçamento da luta de classes e a concretização de todos os problemas para ele – a cultura assume, em geral, o mesmo lugar que a »arte pura« (kantista) assume, em Mehring.

»Die revolutionäre Literatur muss vom Geiste des sozialen Hasses durchdrungen sein … (ist also bloß eine »Tendenzkunst« G.L.) Im Sozialismus bildet die Grundlage der Gesellschaft die Solidarität (also ist eine »reine Kunst«, eine »wirkliche Kultur« möglich G.L.)«

»A literatura revolucionária deve ser penetrada pelo espírito do ódio social ... (portanto, trata-se aqui meramente de uma »arte de tendência« : György Lukács). No socialismo, o fundamento da sociedade constrói a solidariedade (portanto, aqui é possível uma »arte pura«, »cultura verdadeira« : György Lukács)«.

Es ist also kein Zufall, dass das unkritisch übernommene Mehringsche Erbe in unserer Literatur- und Kulturtheorie den Trotzkismus gefördert hat. Ebenso wenig, wie jede mechanistische Herunterzerrung unserer Literaturziele – bewusst oder unbewusst, gewollt oder ungewollt - in ein trotzkistisches Fahrwasser geraten muss.

Não se trata, pois, de nenhum acaso o fato de que a herança de Mehring, assumida de modo acrítico, fomentou o trotskysmo, em nossa teoria literária e cultural. Tão pouco é casual o fato de que todo rebaixamento mecanicista de nossos objetivos literários – consciente ou inconscientemente, desejada ou indesejadamente – há de tombar na vala trotskysta.

Es kann hier nicht unsere Aufgabe sein, sämtliche theoretischen Fehler dieser Auffassung zu analysieren; dies ist ja auch weitgehend im Kampf gegen den Trotzkismus bereits getan worden. Wir haben hier bloß auf den für unsere gegenwärtige Frage entscheidenden Fehler in diesem ganzen Fragenkomplex hinzuweisen: auf die falsche, undialektische Auffassung des subjektiven Faktors. …

Aqui, nossa tarefa não pode ser a de analisar todos os erros teóricos dessa concepção; isso já foi mesmo também amplamente realizado na luta contra o trotskysmo. Devemos indicar, nessa sede, apenas o erro, decisivo para nossa questão atual, situada nesse inteiro complexo de questões: relativo à concepção falsa, adialética, do fator subjetivo. ...

Die Klarheit über diese Zusammenhänge, die Klarheit über ihre Entwicklungsgesetze bedeutet zugleich die Klarheit über die geschichtliche Wirksamkeit des Proletariats selbst, über die Rolle des subjektiven Faktors in dieser Entwicklung. Sowohl über die Bestimmtheit dieses subjektiven Faktors durch die objektive, ökonomisch-historische Entwicklung, wie über die aktive Funktion dieses subjektiven Faktors auf die Umgestaltung der objektiven Umstände.

A clareza desses contextos, a clareza em relação às suas leis de desenvolvimento, significa, ao mesmo tempo, possuir clareza sobre a eficácia história do próprio proletariado, o papel do fator subjetivo nesse desenvolvimento. Clareza tanto sobre a determinação desse fator subjetivo através do desenvolvimento objetivo, econômico-histórico, quanto sobre a função ativa desse fator subjetivo em relação à conformação das circunstâncias objetivas.

Diese Erkenntnis ist kein mechanisch-unmittelbares Produkt des gesellschaftlichen Seins. Sie muss erarbeit werden. Der Prozess dieses Erarbeitens ist jedoch ebenfalls zugleich Produkt der inneren (materiellen und ideologischen) Schichtung des Proletariats, wie zugleich Förderer der Entwicklung des Proletariats, von der »Klasse an sich« zur »Klasse für sich«; Förderer ihrer inneren Organisation zur Erfüllung ihrer weltgeschichtlichen Aufgabe (Entstehung von Gewerkschaft, Partei, ihre Weiterentwicklung usw.).

Esse conhecimento não é um produto mecanicamente direto do ser social. Deve ser elaborado. Entretanto, o processo dessa elaboração é, da mesma forma, simultaneamente, tanto produto da estratificação interna (material e ideológica) do proletariado como promotor do desenvolvimento do proletariado, da »classe em si« à »classe para si«; promotor da organização interna, visando ao cumprimento de sua tarefa histórico-mundial (surgimento do sindicato, partido, seu desenvolvimento subseqüente etc.)

Wird der subjektive Faktor so gefasst – und so muss ihn der proletarisch-revolutionäre Schriftsteller, der den dialektischen Materialismus beherrscht, fassen – dann hören für ihn alle Probleme, die wir weiter oben im Zusammenhang mit der »Tendenz« behandelt haben, auf, Probleme zu sein. Er verwirft das Dilemma der »reinen Kunst« und »Tendenzkunst«. Denn in seiner Darstellung, die eine Darstellung der objektiven Wirklichkeit mit ihren wirklichen treibenden Kräften, mit ihren wirklichen Entwicklungstendenzen ist, besteht kein Raum für ein »Ideal«, weder für ein moralisches, noch für ein ästhetisches.

Concebendo-se o fator subjetivo desse modo – e assim o deve conceber o escritor proletário-revolucionário que domina o materialismo dialético -, deixam de ser problemas para ele todos aqueles problemas de que tratamos mais acima, no contexto da »tendência«. Esse escritor repudia o dilema da »arte pura« e »arte de tendência«. Pois, em sua representação que é representação da realidade objetiva, dotada de suas forças reais de propulsão, de suas tendências reais de desenvolvimento, não existe espaço algum para um »ideal «, nem de ordem moral nem de ordem estético.

Er bringt keine Forderungen »von außen« an seine Wirklichkeitsgestaltung heran, denn seine Wirklichkeitsgestaltung selbst muss das Schicksal jener Forderungen, die konkret und real aus dem Klassenkampf herauswachsen, als integrierende Momente der objektiven Wirklichkeit, in ihrer Entstehung aus ihr, in ihrer Wirkung auf sie, mit enthalten, wenn er die Wirklichkeit richtig – dialektisch -, abbilden will.

Esse escritor não traslada nenhuma reinvindicação vinda »de fora« para sua conformação da realidade, pois esta mesma deve abranger o destino daquelas reivindicações que, concreta e realmente, emergem da luta de classes, enquanto momentos integradores da realidade objetiva, em seu surgimento a partir dela, em seu efeito sobre ela, se quiser retratar a realidade corretamente – dialeticamente.

Er verwirft aber zugleich damit das andere Dilemma von »tendenziöser« Einarbeitung der »Tendenz« in die Gestaltung der nackt unvermittelten Gegenüberstellung von »Tendenz« und Wirklichkeitsbild. Er braucht die Wirklichkeit nicht zu entstellen, nicht zurechtzurücken, nicht »tendenziös« umzufärben, denn seine Darstellung – wenn sie eine richtige, dialektische ist – ist gerade auf die Erkenntnis jener Tendenzen (im berechtigten Marxschen Sinne des Wortes) aufgebaut, die sich in der objektiven Entwicklung durchsetzten. Und keine »Tendenz« kann und muss dieser objektiven Wirklichkeit als »Forderung« gegenübergestellt werden, denn die Forderung, die der Schriftsteller vertritt, sind integrale Teile der Selbstbewegung dieser Wirklichkeit selbst, zugleich Folgen und Voraussetzungen ihrer Selbstbewegung. …

Esse escritor rechaça, porém, ao mesmo tempo, o outro dilema da incorporação »tendenciosa« da »tendência« na conformação da oposição despidamente abrupta entre »tendência« e quadro da realidade. Não necessita desfigurar a realidade, ajustá-la, matizá-la »tendenciosamente«, pois sua representação – se esta é correta, dialética – constrói-se sobre o conhecimento daquelas tendências (no sentido justamente marxista da palavra) que se impõem no desenvolvimento objetivo. E nenhuma »tendência« pode e deve ser confrontada com essa realidade objetiva enquanto »reivindicação«, pois a reinvidicação que defende o escritor são partes integrais do auto-movimento dessa própria realidade e, ao mesmo tempo, conseqüências e pressupostos de seu auto-movimento. ...

Heute, wo wir an allen Punkten das ideologische Erbe der II. Internationale in unserer eigenen Theorie und Praxis einer gründlichen Revision unterwerfen, müssen wir auch in unserer Literaturtheorie und –praxis scharf darauf achten, dass wir nicht ein durch die II. Internationale übermitteltes bürgerliches Gepäck weiter mit uns schleppen, das unser Weiterschreiten behindert.

Hoje, quando, submetemos, em todos os pontos, a herança ideológica da II. Internacional a uma revisão fundamental, em nossa própria teoria e prática, devemos, também em nossa teoria e práxis literária, ter extremo cuidado para que não continuemos a arrastar conosco um fardo burguês, transmitido pela II. Internacional, que impeça nossa progressão.

Was die Theorie der »Tendenz« bedeutet, haben wir kurz anzudeuten versucht. Zum Schluss wollen wir nur noch die Frage stellen: Ist diese Theorie ohne Einfluss auf unsere Praxis gewesen? Selbstverständlich nicht ohne Einfluss. Wir denken dabei nicht bloß an die literarische Praxis des Trotzkismus in allen seinen – bewussten und unbewussten – Abarten, sondern meinen auch unsere bisher beste Literatur.

Procuramos brevemente esboçar, aqui, qual é o significado da teoria da »tendência«. Por fim, desejamos ainda apenas levantar a seguinte questão : permaneceu essa teoria sem exercer influência sobre nossa atividade prática? Evidentemente que não. Nesse contexto, cogitamos não apenas da práxis literária do trotskysmo em todas as suas variantes – conscientes ou inconscientes -, senão ainda nos referimos à nossa melhor literatura, existente até o presente momento.

Ist in ihr wirklich jener Durchbruch zur Parteilichkeit gelungen, der eine dialektisch-objektive Gestaltung des Gesamtprozesses unserer Epoche möglich macht ? Die Frage klarzustellen, ist gleichbedeutend mit ihrer Verneinung. Unsere Literatur, auch in ihren besten Produkten, ist noch voll von »Tendenz«. Denn es gelingt ihr bei weiten nicht immer das, was der klassenbewusste Teil des Proletariats aus Einsicht in die treibenden Kräfte des Gesamtprozesses, als Vertreter der großen welthistorischen Interessen der Arbeiterklasse will und tut, als eine Willen und eine Tat zu gestalten, die dialektisch aus diesem Gesamtprozeß selbst entsprungen, die unerläßlichen Momente dieses objektiven Wirklichkeitsprozesses selbst sind.

Nela, conseguiu-se realmente atingir aquela ruptura rumo ao partidarismo que uma conformação dialético-objetiva de todo o processo de nossa época torna possível? Clarificar essa questão equivale a responder negativamente. Nossa literatura – também em seus melhores produtos – ainda está repleta de »tendência«. Pois, nem de longe, ela sempre consegue aquilo que a parte dotada de consciência de classe do proletariado, devido à sua compreensão das forças propulsoras do processo em seu conjunto, enquanto representante dos grandes interesses histórico-mundiais deseja e faz, conformando-o como uma vontade e um fato, surgidos dialeticamente desse inteiro processo mesmo, os quais constituem elementos indispensáveis desse mesmo processo objetivo da realidade.

An die Stelle der Gestaltung des subjektiven Faktors der revolutionären Entwicklung tritt nur allzu häufig ein bloß subjektiver (weil ungestalteter) »Wunsch« des Verfassers: eine »Tendenz«. Und wenn der Verfasser diesen Wunsch als objektiv und erfüllt hinstellt, statt den subjektiven Faktor mit seinem Wollen und Tun, wahrheitsgemäß, dialektisch zu gestalten, so wird die Darstellung »tendenziös« .

No lugar da confomação do desenvolvimento revolucionário pelo fator subjetivo surge, porém, de modo demasiadamente freqüente, um »desejo« do autor, meramente subjetivo (posto que não conformado) : uma »tendência«. E, se o autor posiciona esse seu desejo como sendo objetivo e cumprido, em vez de conformar, dialeticamente e segundo a verdade, o fator subjetivo com sua vontade e o seu fazer, torna-se sua representação »tendenciosa«.

Wir haben keinen Grund, diese Fehler und Mängel abzuleugnen. Noch weniger, sie auf das Gebiet der »technischen Fehler«, der »technischen Unbeholfheit« abzuschieben. Die Methode, die unsere Fehler entlarvt, die ihre Wurzel – das unliquidierte Erbe der II. Internationale – aufdeckt, ist zugleich die Methode, die uns zur Überwindung dieser Fehler verhilft : die materialistische Dialektik, der Marxismus-Leninismus.

Não possuimos nenhum motivo para negar a existência desses erros e deficiências. Tanto menos para os empurrar para o domínio dos »erros técnicos«, das »inépcias técnicas«. O método que desmascara nossos erros, que revela suas raízes – a herança não liquidada da II. Internacional – é, simultaneamente, o método que nos auxilia a superar esses mesmos erros : a dialética materialista, o marxismo-leninismo.

Parteilichkeit an der Stelle von »Tendenz« ist ein – wichtiger – Punkt, wo wir diesen Durchbruch zur Auswertung des Marxismus-Leninismus für unsere schöpferische Methode vollziehen können und müssen.

Partidarismo em vez de »tendência« é um – importante – ponto no qual podemos e devemos executar essa ruptura, visando à apreciação do marxismo-leninismo para nosso método criativo.

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV” PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

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[1] Cf. LUKÁCS, GYÖRGY SZEGREDI. Tendenz oder Parteilichkeit? Aufsäzte aus “Die Linkskurve” (Tendência ou Partidarismo? Ensaios de “A Curva da Esquerda”)(1932), in: Georg Lukács Werke (Obras de György Lukács), Vol. 4 : Probleme des Realismus. Essays über den Realismus. (Problemas do Realismo. Ensaios sobre o Realismo), Neuwied – Berlin : Luchterhand, 1962, pp. 663 e 712 e s.

- E-Mail: schmidtvonkoeln@web.de Website: http://www.scientific-socialism.de/LukacsStalinTrotskyCAP3.htm
 

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